A medida do governo brasileiro não evitou novos incidentes. A gota d’água para a entrada do país na guerra foi o torpedeamento do Macau, um dos navios alemães aprisionados pelo governo e então utilizados pelo Brasil. O episódio, ocorrido em 18 de outubro de 1917, carregava uma dramaticidade especial: levados a bordo do submarino alemão U-93, comandado pelo capitão-tenente Helmuth Gerlach, o capitão do Macau, Saturnino Furtado de Mendonça, e o taifeiro, Arlindo Dias dos Santos, nunca mais foram vistos. Seu inexplicável desaparecimento ajudou a aumentar a revolta popular contra os imigrantes germânicos no país.
Uma semana após a nova “agressão boche”, pressionado pela população, Wenceslau Braz declarou guerra à Alemanha, decisão endossada em voto quase unânime pelo Congresso. Outros dois navios brasileiros seriam postos a pique (Guahyba e Acary), pelo mesmo submersível germânico, o U-151, apenas uma semana depois da declaração de guerra. Era uma clara represália alemã à postura do governo brasileiro. Até o fim do conflito, o Brasil ainda teria outras três embarcações atacadas por submarinos alemães, o Maceió, o Taquary e o Uberaba.
A participação brasileira no conflito foi modesta. Uma dezena de aviadores, treinados nas forças aéreas do exército (Royal Navy Air Service) e da marinha (Royal Flying Corps) britânicos, participaram de missões sobre o Canal da Mancha nos últimos dias dos combates. Um tenente do Exército foi enviado para a França e, depois de um período de estágio no exército francês, chegou a comandar um pelotão no front.
Composta por oito embarcações de combate brasileiras, a Divisão Naval de Operações de Guerra (DNOG) recebeu a missão de patrulhar e entrada do Mediterrâneo. Atingida pela gripe espanhola, que matou centenas de soldados durante a passagem pela costa africana, a esquadra teve sua chegada à Europa adiada. Os navios alcançaram a área onde deveriam atuar um dia antes do armistício.
Com poucos recursos pessoais e materiais para o combate no front, o Brasil auxiliou os aliados com o envio de uma missão médica militar. Os profissionais de saúde brasileiros também foram fortemente atingidos pela gripe espanhola. Em 1919, após o fim da guerra, o Hospital Brasileiro foi doado à Faculdade de Medicina de Paris.
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